Na manhã dessa terça-feira (04), o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio da 12ª Promotoria de Justiça de Teresina, realizou uma audiência pública para promover a discussão sobre a falta de materiais e equipamentos no Hospital Getúlio Vargas, em Teresina.

Audiência pública discute falta de materiais e insumos no HGV em Teresina.

Na ocasião, foram apresentados problemas como a demora na realização de cirurgias ortopédicas e em procedimentos de hemodinâmica/neuro por falta de órteses, próteses e materiais especiais, a suspensão das cirurgias bariátricas e a insuficiência da cobertura assistencial da atenção cardiovascular de alta complexidade no estado do Piauí.

Além da população em geral, também foram convidados a participar da audiência pública os gestores, conselhos de classe, conselhos de saúde, sindicatos, profissionais de saúde da Atenção Básica e da Rede Hospitalar.

O promotor de Justiça Eny Pontes presidiu a audiência. Ele destacou que o objetivo do Ministério Público é estreitar o diálogo constante com as instituições responsáveis pela saúde pública. “O MP não tem interesse em provocar o judiciário, mas temos que dar uma resposta a quem nos procura, a quem necessita. Tentamos contribuir com a gestão da saúde do estado e do município”, enfatizou.

Da esquerda para a direita, estão o secretário de Estado da Saúde, Antônio Luiz Soares Santos, o promotor de Justiça Eny Pontes e o deputado estadual Gil Carlos.

Ele também elogiou o corpo clínico do HGV, o perfil de alta complexidade do hospital e relatou melhora na fila das cirurgias bariátricas realizadas no local, com diminuição do número de pessoas em espera. “Infelizmente, as circunstâncias atuais são de suspensão. Há um preparo demorado dos pacientes com a equipe multidisciplinar e eles ficam desesperados com a suspensão, sem expectativa de retorno”, pontuou. O representante do Ministério Público frisou ainda a necessidade de atuação efetiva na área de cirurgia cardiovascular no hospital.

O secretário de Saúde do Estado, Antônio Luiz Soares Santos, também participou da audiência e informou que os trabalhos estão voltados para acelerar os processos e dar andamento às demandas pontuadas pelo MP. “A demanda é grande e é um trabalho muito difícil. Estamos tentando descentralizar alguns serviços para o interior e desafogar o HGV. Nossa meta é zerar as filas até outubro deste ano”, relatou.

Secretário de Saúde do Estado, Antônio Luiz Soares Santos, fala sobre os trabalhos da Sesapi nas demandas pontuadas pelo MPPI.

Já o deputado estadual Gil Carlos, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), colocou como ponto crítico para a saúde do estado a deficiência em atender às demandas. “O Piauí tem condição de ser referência em saúde na região. Precisamos buscar resultados mais positivos, com resultados mais visíveis. A Assembleia Legislativa do Piauí tem interesse em estar mais presente nesses debates”, disse.

Deputado estadual Gil Carlos destaca os pontos deficitários na saúde pública do Estado.

Após as considerações iniciais, foi aberto espaço para o público presente participar e contribuir com o debate. O defensor público Igor Castelo Branco criticou a recorrência de problemas semelhantes na saúde pública do estado, como a dificuldade de comprar materiais. “A população não tem resposta aos seus anseios, pois estamos trabalhando sempre no modo emergencial, sem um horizonte de mudança”, avaliou.

Foram ouvidas também críticas e sugestões de representantes de conselhos e sindicatos da saúde, bem como de usuários do HGV.

Presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI), Lucia Santos, fala sobre o HGV.
Usuária do HGV fala sobre marcação de cirurgia bariátrica.
Representante do Conselho Estadual de Saúde (CES-PI), Emídio Matos, critica deficiências na saúde pública.

Ao final da audiência, foi solicitado à direção do HGV, que informe, em 30 dias, o andamento dos pontos que foram tratados durante a audiência pública.